A educação avança pouco porque ainda estamos profundamente
inseridos em organizações em processos de ensino e aprendizagem
controladores, com educadores pouco livres, mal resolvidos, que repetem mais do
que pesquisam, que impõem mais do que se comunicam, que não acreditam no seu
próprio potencial nem no dos seus alunos, que desconhecem o quanto eles e seus
alunos podem realizar.
Um
dos eixos das mudanças na educação passa pela transformação da educação em um
processo de comunicação aberta, entre professores e alunos,
principalmente, mas também incluindo administradores e a comunidade. Só
aprendemos profundamente dentro de um contexto comunicacional participativo.
Com
ou sem tecnologias avançadas podemos vivenciar processos participativos de
compartilhamento de ensinar e aprender pela comunicação mais aberta, confiante,
de motivação constante, de integração de todas as possibilidades da
aula-pesquisa.
É
importante educar para que cada um encontre o seu próprio
ritmo de aprendizagem e, ao mesmo tempo, é importante educar para aprender em grupo, para ter idéias para participar de projetos,
realizar pesquisas em conjunto.
Uma
das tarefas mais urgentes é educar o educador para uma nova relação no processo
de ensinar e aprender, mais aberta, participativa, respeitosa do ritmo de cada
aluno, das habilidades específicas de cada um.
A
tecnologia nos propicia interações mais amplas, que combinam o presencial e o
virtual. Somos solicitados continuamente a nos voltar para fora, a nos distrair,
a copiar modelos externos, o que dificulta o processo de interiorização, de
personalização. O educador precisa estar atento para utilizar a tecnologia como
integração e não como distração ou fuga. Precisa mostrar para o aluno a
complexidade do aprender. Ensina, aprendendo a relativizar, a valorizar a
diferença, a aceitar o provisório.
A
Internet na sala de aula
O
fato de ver seu nome na Internet e a possibilidade de divulgar seus trabalhos e
pesquisas, exerce uma forte motivação nos alunos, estimulando-os a participar
mais em todas as atividades.
Começamos
com uma aula introdutória para os que não estão familiarizados com a Internet. Aprendemos a conhecer e a usar as principais ferramentas. Fazemos pesquisa
livre, em vários programas de busca.
É
importante sensibilizar o aluno antes para o que se quer conseguir neste
momento, neste tópico. Se o aluno tem claro ou encontra valor no que vai
pesquisar, o fará com mais rapidez e eficiência. O professor precisa estar
atento, porque a tendência na Internet é para a dispersão fácil. O intercâmbio
constante de resultados e a supervisão do professor podem ajudar a obter
melhores resultados. Eles vão gravando os endereços, artigos e imagens mais
interessantes também fazem anotações escritas, com rápidos
comentários.
As
aulas na Internet se alternam com as aulas habituais, nas quais acrescentamos
textos escritos, vídeos para aprofundar os temas pesquisados inicialmente na
Internet.
A navegação precisa de bom senso. Às vezes
passaremos bastante tempo sem achar algo importante e, de repente, se
estivermos atentos, conseguiremos um artigo fundamental, uma página
esclarecedora. O cuidado estético nos ajuda a reconhecer e a apreciar páginas
elaboradas com bom gosto, com integração de imagem e texto. Principalmente para
os alunos, o estético é uma qualidade fundamental de atração.
Os
alunos tendem a se dispersar diante de tantas conexões possíveis, de endereços
dentro de outros endereços, de imagens e textos.
É mais atraente navegar, descobrir
coisas novas do que analisá-las, compará-las. Por
outro lado, isso reforça uma atitude consumista dos jovens diante da produção
cultural audiovisual.Os alunos se impressionam primeiro com as páginas mais
bonitas, que exibem mais imagens, animações, sons. As imagens animadas exercem
um semelhante às do cinema, vídeo e televisão. Os lugares menos
atraentes visualmente costumam ser deixados em segundo plano, o que acarreta,
às vezes, perda de informações de grande valor.
A
Internet é uma tecnologia que facilita a motivação dos alunos, pela novidade e
pelas possibilidades de pesquisa que oferece. Essa motivação
aumenta se o professor trabalha em um clima de confiança, de abertura,com os alunos. Mais que a tecnologia, o que facilita o processo de
ensino-aprendizagem é a capacidade de comunicação autêntica do professor, de
estabelecer relações de confiança com seus alunos, pelo equilíbrio, competência
e simpatia com que atua.
A
possibilidade de divulgar páginas pessoais e grupais na Internet gera uma
grande motivação, visibilidade, responsabilidade para professores e alunos.
Todos se esforçam para escrever bem, para comunicar melhor suas idéias, para
serem bem aceitos, para não fazerem feio. Alguns dos endereços mais
interessantes ou visitados da Internet no Brasil são feitos por adolescentes ou
jovens.
Outro
resultado comum à maior parte dos projetos na Internet confirma a riqueza de
interações que surgem, os contatos virtuais, as amizades, as trocas constantes
com outros colegas, tanto por parte dos professores como dos alunos.
Problemas
no uso da Internet na educação
Alguns
alunos não aceitam facilmente essa mudança na forma de ensinar e de aprender.
Estão acostumados a receber tudo pronto do professor e esperam que ele continue dando aula, como sinônimo de ele falar e os alunos escutarem.
Alguns professores também criticam essa nova forma, porque parece uma forma de
não dar aula, de ficar brincando de aula.
Os
alunos, principalmente os mais jovens, passeiam pelas páginas da
Internet, descobrindo muitas coisas interessantes, enquanto deixam, por
afobação, outras tantas, tão ou mais importantes, de lado.
Conclusão
Educar
é procurar chegar ao aluno por todos os caminhos possíveis: pela experiência,
pela imagem, pelo som, pela representação (dramatizações, simulações), pela
multimídia. É partir de onde o aluno está, ajudando-o a ir do concreto ao
abstrato, do imediato para o contexto, do vivencial para o intelectual,
integrando o sensorial, o emocional e o racional. O emocional é um componente
fundamental da compreensão e do ensino.
Só
pessoas livres merecem o diploma de educador. O poder de interação não está
fundamentalmente nas tecnologias, mas na mente de professores e alunos. Ensinar
com as novas mídias será uma revolução, se mudar os paradigmas convencionais do
ensino que mantêm distantes professores e alunos. A Internet é um novo meio de
comunicação, ainda incipiente, mas que pode ajudar a rever, a ampliar e a
modificar muitas das formas atuais de ensinar e aprender.
BIBLIOGRAFIA
Como
utilizar a Internet na Educação. Revista
Ciência da Informação, v. 26, n.2, p.146-153, 1997.
Thaynã Menescal
Produção Publicitária
Faculdade Cisne
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