O artigo baseia-se em uma entrevista com Mirta Varela, formada em letras pela Faculdade de Filosofia e Letras da universidade de Buenos Aires. Mirta vem atuando com intensa produção e pesquisas na área de comunicação social, publicando livros que focam na televisão como forma de comunicação e publica artigos em diversos idiomas, dentre eles estão, francês, alemão, português e italiano.
Mirta realizou pesquisas na Universidade
de Paris e foi professora visitante na Universidade
de Berlim, na qual obteve bolsa da Fundação Alexander Von.
A escritora costuma trabalhar, entre outros temas, com a
história dos Meios ancorada por conceitos teóricos da Sociologia
da Cultura, apesar de pontuar que, a Sociologia da Cultura tem
dado pouco espaço aos Meios, em particular a televisão, e tem se
preocupado com as audiências. A pesquisadora argentina, se fala em “morte da televisão”. “É bom falar que essa morte é no sentido de que hoje o meio
hegemônico é a Internet e não mais a televisão, ainda que a televisão
conserve um lugar central no sistema midiático”.
Em uma entrevista do Jornal Intercom, Mirta respondeu várias perguntas relacionadas a sua carreira e preferencias no campo da sociologia, cultura, televisão e etc...
A primeira pergunta foi, Qual a base teórica de seu trabalho? A escritora e cita alguns autores argentinos que são muito importantes para a formação de trabalhos da sociologia da cultura, dentre eles se destaca Raymond Willians pois tem uma boa circulação no campo intelectual.
A segunda foi, porque preferiu seguir a linha da sociologia da cultura e não outras disciplinas, como semiótica? a escritora foi clara e disse que nos campos de pesquisas culturais levaram a ela muitos conceitos e debates já a semiótica reduz as condições de produção dos Meios a abstrações
que, em muitos casos, nos fazem mais que ocultar determinações
econômicas.
A terceira veio falando da tv, qual as principais tendencias de pesquisa sobre tv na atualidade? Mirta então citou os jovens, sendo representados pelas televisões, citou também os episódios históricos, os acontecimentos políticos, os sujeitos
sociais, falando de destaques na tv não poderia esquecer as telenovelas. A escritora diz que toda
uma linha de trabalho neste sentido que em muitos casos parte da
ideia ou do objetivo de legitimar a produção televisiva. Inclusive,
muitas revistas de Cinema têm lançado números especiais sobre
seriados de televisão.
A quarta foi sobre a internet, e Mirta respondeu o seguinte, a televisão é parte de outro
emaranhado midiático que é a Internet. Isto não significa que não vamos mais ter televisão em casa e ver televisão, mas cada vez
mais ocorre ver televisão de outros modos, pela Internet. Ver
seriados como se fossem filmes, a qualquer horário, ou assistir a
muitos capítulos seguidos.
A quinta foi em relação a como está o campo da comunicação na Argentina? Os cursos de pós, as pequisas? E a resposta foi em que muitos argentinos ocupam um lugar central e nunca havia visto o país com
tanta clareza a importância política dos Meios de Comunicação, Mirta citou o debate sobre a comunicação audiovisual
nos mostrou a necessidade de se conhecer mais sobre o funcionamento
e sobre as pesquisas sobre os Meios.
E ai veio a pergunta sobre o Brasil. Qual a percepção que você tem no campo da comunicação no Brasil? Mirta disse que o brasil a surpreende e a deslumbra pois tem a capacidade de organização
e institucionalização do campo da Comunicação.
E por ultimo Mirta fala um pouco sobre seu trabalho na CONICET (Conselho Nacional de Investigação Científica), é o que é mais parecido no Brasil com
o CNPQ. É um Conselho de pesquisa que financia pesquisadores,
reúne esses investigadores, tem bolsistas de mestrado, de doutorado.
E tem alguns centros de investigação também.
Dra. Mirta Varela
Sérgio Murilo P. Da Silva Filho
Publicidade- Faculdade Cisne
Professor: Marx Costa