segunda-feira, 4 de maio de 2015

ENTRE O ABORTO E A PESQUISA: O EMBRIÃO NA IMPRENSA BRASILEIRA

Fabricante: Alceste
         Nossa postagem foi retirada do sitio www.scielo.org, de um artigo financiado pelo Programa de Bolsas de Alto Nível da União Européia para a América Latina, escrito pelos autores: Renata Lira dos Santos, Aléssio; Thémis, Apostolidis; Maria de Fatima de Sousa, Santos. O trabalho realizado pelos autores tem a finalidade de analisar junto as representações sociais e via comunicação social o valor social de um embrião humano. Foi utilizado para este trabalho um software chamado ALCESTE ajudar no analise de 447 publicações sobre o assunto, onde apenas duas publicações entre todas tiveram mesmo posicionamento no quesito direito a vida, uma do jornal folha de São Paulo e o outro folha de Pernambuco.
           É notório uma crescente interação entre pesquisadores e sociedade, assim as publicações científicas alimentam o debate e definem disputas sociais em jogo. Por exemplo, a reprodução humana é muito explorada pela ciência e é quem mais fomenta questionamentos sociais. A concepção do primeiro bebê de proveta no fim dos anos 70 marcou o inicio de uma nova era, embrião in vitro. Esta inovação foi uma promessa de revolução terapêutica nunca imaginada, acalorando mais ainda o tema em torno da legalidade da manipulação embrionária. Começando assim testes com as primeiras células tronco, criando a esperança do uso dessas células promovam a regeneração de tecidos nos casos de doenças degenerativas ou de paralisias que atualmente não tem cura, porém o lado mais negativo desta inovação é a destruição do embrião, motivo que esquenta o debate entre a sociedade. Foi identificado tendencias de discurso sobre embrião: o embrião como um ser moral, o embrião como uma "pessoa humana potencial" e o embrião como "entidade biológica".  
Devido a polêmica e a falta de um controle jurídico sobre medicina reprodutiva, em 2005 sobre fortes debates a pesquisa com embriões e a cultura de organismos geneticamente modificados foram autorizados pela mesma lei, Lei de Biossegurança de 24 de março de 2005 e nº 11.105. Neste mesmo período o congresso brasileiro recebia o projeto de lei sobre a legalidade do aborto, foi autorizado pesquisa com embrião, porem contestada juridicamente depois e fomentando debates no Superior Tribunal Federal - STF. O projeto sobre a legalidade do aborto até hoje segue sem votação.
O que não podemos negar é que o controle da vida é um tema de disputa na sociedade moderna e que diferente de outras épocas onde existia poderosos que determinavam poderia ou  não viver. Diante desta nova tecnologia chegamos a era do biopoder, agora teremos novos atores como: médicos, governos e poder. O poder que necessita de reguladores e corretores da vida. Segundo o ginecologista Aníbal Faundes, coordenador do comitê de Direitos Sexuais e Reprodutivos da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia, o aborto até a 12ª semana de gestação causa menos risco à mulher e há consenso entre os médicos de que não existe atividade cerebral no feto desta idade.
No nosso cotidiano podemos ver a imprensa tentando de todas as maneiras mostrar o nível de risco dos abortos clandestinos, tanto para a mulher como para o feto e aos cofres públicos, porém isto pode ser uma maneira de formar a opinião da sociedade sobre a despenalização do aborto. Já os religiosos contestam alegando e divergindo com os cientistas de que a vida humana surge no momento da concepção.
Segundo os autores o resultado encontrado mostram que a discurssão sobre este dois temas: aborto e manipulação cientifica de embriões, aparecem como temas distintos e se faz necessário estudos muito mais profundos na construção social do embrião como objeto de pesquisa no Brasil.

Stephan Gomes
P.Publicitária
Cisne 2015.1
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-79722008000300014&lang=pt



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